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sábado, 1 de outubro de 2011

Leiam até o final... Texto postado por Lupo Anselmo F. Forati Jr hoje a tarde no Facebook



Parece história de terror... Mas aconteceu com a minha irmã.

por Lupo Anselmo F. Forati Jr., sábado, 1 de outubro de 2011 às 14:57
Eu, Silvana de Fátima Forati Sarcinella, sou professora há 28 anos e contribuidora do Hospital Servidor Público Estadual.

Neste ano descobri que estava com tumor na cabeça e no dia 05/08/2011 fui operada e fui muito maltratada pelos auxiliares e técnicos de enfermagem do 11º andar na Neurologia. Não fiz ocorrências, pois esperava não mais usar este hospital.

Mas infelizmente descobri outro tumor e fui internada no dia 15/09. Neste dia cheguei ao hospital as 06h00min e fui internada as 08h50min. Ao chegar no quarto de internação nº 1332 e no leito 8, deparei-me com uma cama para adolescente portanto pequena para minha estatura, e no banheiro a tampa da privada estava quebrada. A cama era perto da janela onde batia sol no meu rosto desde manhã (+ ou – 05h30min) até o entardecer.

Uma funcionária da limpeza vendo minha situação falou para eu conversar e pedir para mudar minha cama e para chamar a empresa para consertar a tampa da privada que há dias estava quebrada. Pedi pela 1º vez e não fui atendida.

A minha companheira de quarto era a dona Eugenia, uma senhora de 82 anos de idade que já estava internada há 17 dias, ela está com tumor no rim e com muito catarro pulmonar e por isso estava fazendo inalação há vários dias, notei que o copinho e a máscara da inalação ficavam pendurados em volta dos botões do oxigênio na parede sem nenhuma proteção, ela usava + ou – 3 vezes ao dia e ali permanecia pendurado, as vezes chegava próximo ao chão e
sem ser higienizado o copinho permanecia ali todos os dias. Então, os médicos mandaram fazer exames para ver se a senhora Eugenia tinha pneumonia ou outra doença devido às tosses e ao catarro.

Eu não conseguia suportar a cama pequena para mim e o meu pé ficava forçando o encosto da cama. Pedi pela 2º vez para trocar de cama para o enfermeiro, mas nada foi feito. 

No dia 16/09 por volta da 7 horas, fui levada para cirurgia. No retorno por volta das 15 horas voltei muito mal e com muita dor, e a cama começou a me deixar mais irritada ainda, pois era outra dor a sentir. Às 19 horas comecei a vomitar e a filha da dona Eugenia (Dora) que estava de acompanhante dela, chamou a auxiliar de enfermagem Cida para me socorrer, ela respondeu que seu horário já tinha terminado e que ela deveria chamar outro auxiliar que estava
entrando no plantão. Fiquei com medo de me engasgar e doía mais ainda, pois estava fazendo muito esforço para vomitar. A filha da dona Eugenia que também foi operada neste dia chamou outro auxiliar de enfermagem. O auxiliar chegou e falou que iria buscar um plasil para eu parar de vomitar.

Eu estava toda suja e com sangue saindo do meio das minhas pernas e não sabia por quê. Estava muito nervosa e com muita dor, comecei a chorar e gritar e a Dora foi até o corredor ver porque o auxiliar estava demorando muito e viu-o conversando com outras pessoas que provavelmente estavam no plantão. Toquei a campainha e ele voltou com uma injeção e começou a aplicar muito rápido e outra dor apareceu, então pedi para ele fazer o favor de aplicar
mais devagar para não doer tanto aí ele deu um grito e disse que não aplicaria mais e jogou a seringa na bandeja em cima da mesa, perguntei o nome dele e ele se negou a dizer e começou a gritar que eu estava o ameaçando. Neste momento surgiu o enfermeiro e perguntou o que estava acontecendo, comecei a contar enquanto o auxiliar gritando falava que eu era mentirosa. Pedi para ele parar, pois eu e a dona Eugenia tínhamos voltado da cirurgia e estávamos muito abaladas e com dores, as quais aumentaram com esta situação mexendo ainda mais com o nosso emocional. O enfermeiro me disse que o nome do auxiliar de enfermagem que me destratou era Ricardo Iron e que ele não tinha muita paciência e cometera outros erros e seria transferido.

Então o enfermeiro mandou a auxiliar Sirlene me aplicar a medicação e me dar banho, neste momento chegou a minha filha Poliana que é enfermeira padrão, para me acompanhar por 12 horas que era o permitido quando se faz cirurgia. A Sirlene foi um anjo e junto com a minha filha, elas me acalmaram e deixaram-me limpinha.

 Novamente pedi pela 3º vez, para trocarem a cama, mas não fui atendida.

Não dormi a noite inteira de tanta dor e por volta das 8horas do dia 17\09 a enfermeira Giovana foi chamada pela minha filha para me dar medicação contra dor, a mesma foi muito grossa e disse que não podia dar nada sem o médico ter prescrito. Eu comecei a chorar e gritar de dor, a minha pressão subiu e a minha filha que é enfermeira falou para Giovana telefonar e pedir ao médico a medicação para dor e que deixar a paciente chegar ao ponto de chorar de dor
era muita falta de humanização pois a enfermagem existe para ajudar o paciente e não para ser omissa. Pedi a troca da cama pela 4ª vez e acho que por peso na consciência e dó a enfermeira resolveu me atender, então finalmente trocaram a cama por uma ideal para o meu tamanho.


O horário que a minha filha podia ficar acabou e ela foi embora muito preocupada com minha situação, antes de ir ela pediu para ficar como acompanhante devido o meu estado emocional e também pela necessidade de ajuda para levantar e deitar na cama, pois era perceptível que a enfermagem não dava conta de todos os pacientes mas a enfermeira não
deixou ela ficar.

Passei outra noite terrível com muita dor. Nesta noite pedi para que alguém colocasse a comadre para eu evacuar, pois eu não conseguia levantar-me da cama sozinha, então uma auxiliar disse que não colocaria, pois a comadre poderia me contaminar aí eu perguntei o que deveria fazer e ela me respondeu para eu fazer na cama ou no chão, eu e a Dora ficamos horrorizadas, ainda voltei a questionar no chão?! e ela respondeu que sim e depois pediria para alguém limpar e que isso era melhor que ficar contaminada.

Apresentei tosse por já estar a muito tempo só na cama e também sofro de Asma, então pedi inalação, após terminar a inalação o copinho foi pendurado no mesmo bico do oxigênio da paciente dona Eugenia, pois só havia uma saída funcionando.

A auxiliar me mandou tomar banho sozinha, eu disse a ela que iria tentar mas que não conseguiria me enxugar sozinha porque não podia abaixar até as pernas e os pés afinal eu havia operado o rim e não podia me agachar, ela respondeu para eu me sentar na cama que daria para enxugar e não ajudou-me.
Estava feliz com a cama, mas no domingo começou outro problema: o sol estava quente e começou a queimar e arder meu rosto (eu também tenho câncer de pele e não posso tomar sol no rosto), então minha filha chegou para a visita e teve a idéia de pendurar um lençol na janela para tampar o sol, mas aí entrou a auxiliar e mandou tirar dizendo que a enfermeira Silmara não permitiu isso e explicou que o vidro era insulfilmado, mas mesmo assim o sol estava forte no
meu rosto e nem dava para eu enxergar, portanto não tiramos o lençol. Minha filha teve que ir embora.

Chegou o almoço e eu pedi para a entregadora da comida trazer a mesinha do almoço para perto de mim, pois não conseguia me levantar. Ela disse que não podia. Depois ela voltou para pegar o almoço e eu não tinha comido, neste instante chegou a minha cunhada por volta das 14 horas e pediu para ela pelo menos deixar a salada para eu comer. Minha cunhada se assustou com a sujeira no chão e da mesa ao meu lado, então pegou um papel no banheiro e
começou a limpar tudo.

Na hora de fazer inalação a auxiliar percebeu que os dois copinhos estavam juntos e bem sujos, então pegou dois saquinhos que pareciam já terem sido utilizados e colocou nos copinhos sem lavá-los.

Na segunda dia 18/09, a auxiliar que chegou perguntou quem tinha colocado aquele lençol na janela e eu respondi que fui eu, contei tudo novamente e ela tirou o lençol falando que se ela não tirasse a enfermeira Silmara iria brigar com ela.

Consegui me levantar sozinha, pois nunca tinha uma auxiliar para ajudar e fui conhecer essa enfermeira Silmara então pedi o favor para ela solicitar a troca a tampa da privada que tanto eu e a dona eugenia já escorregamos e podíamos cair com essa tampa quebrada e ela respondeu que recebeu só 3 pedidos para trocar a tampa da privada e só poderia atender se 10 tampas quebrassem, pois só podia comprar quando chega-se a essa quantidade.

O médico passou e falou que se o dreno não ultrapassasse da quantidade de 80ml eu teria alta a noite que ele iria voltar para avaliar, mas quando as auxiliares vinham medir o dreno colocavam em um copo descartável e calculavam e anotavam + ou – , nunca com precisão, daí eu falei mas vocês marcaram de qualquer jeito, pode ser que vocês mediram errado e se tiver certo eu posso ir embora hoje mesmo, mas elas nem ouviram o que eu falei. O médico não chegou para avaliar até as 21horas e meu marido teve que ir embora pois não podia ficar me acompanhando e nem podia esperar o médico segundo as instruções da enfermagem.

Depois que meu marido foi embora, entrou a auxiliar Luciana no quarto com quatro estagiárias e uma professora atrás, e a auxiliar me deu o copinho de inalação e eu fiquei observando o que as estagiárias faziam com a dona eugenia. Perguntei se as alunas iriam ficar comigo também e a professora falou que não e que elas só estavam com a paciente Eugenia. Quando acabou a inalação olhei para cima e pedi para alguém desligar o oxigênio e gelei ao ver meu nome no copinho que estava pendurado e guardado no saquinho. Nervosa eu pedi para uma estagiaria ler o nome que estava no copinho que estava na minha mão, mas não dava para entender direito então pedi para ela ler o copinho que estava pendurado e ela disse que estava identificado com o meu nome: Silvana Forati. Desde então comecei a passar mal, meu
coração disparou e as dores começaram novamente e percebi que a funcionária havia trocado os copinhos e me deu a medicação errada.

Pedi para as estagiarias medirem minha pressão e a professora falou que elas não poderiam e elas retiraram-se do quarto. Não sabia o que fazer sozinha diante daquela situação e apertei a campainha, então voltou a auxiliar Luciana para medir a minha pressão e a febre. Não permiti que ela me tocasse e pedi que ela chamasse o enfermeiro, mas ela disse que ele não estava no momento e saiu do quarto. De tanto medo liguei para 190 e o Policial disse que eu tinha que ir até a delegacia para registrar a ocorrência ou algum parente meu, como não tinha ninguém em São Paulo e meu marido havia acabado de ir embora e moramos muito longe (na cidade de Iguape), pensei que morreria ali sozinha pois além da auxiliar ter trocado os copinhos não sabia se a medicação da paciente Eugenia poderia me fazer mal como por exemplo alguma alergia ao medicamento que estava prescrito para ela e não pra mim.

Nisso chegou um enfermeiro com uma prancheta e pediu para eu falar tudo o que havia acontecido, então relatei tudo desde a solicitação da cama, a tampa da privada, o descaso com os pacientes e ele foi anotando tudo e disse para que quando eu saísse de lá que eu fosse falar na ouvidoria, perguntei se eu teria resposta desse ocorrido e ele disse que eu poderia chamar um parente para passar a noite comigo para que eu me acalmasse, mas eu expliquei que eu moro em Iguape que é longe e que meu marido havia acabado de sair e ele disse que enviariam a resposta por carta. Mas eu não consegui me acalmar e chorava sem parar, liguei para minha irmã na cidade de Ilha Comprida e contei o ocorrido, ela sendo enfermeira há mais de 20 anos me acalmou e pediu que se eu perguntasse ao médico se eu estava tomando algum antibiótico, pois eu havia feito a inalação com o copo de outra paciente que estava com muito catarro e que o copo estava ali há dias e sem ser higienizado, portanto se houvesse a possibilidade de infecção por alguma bactéria por erro da enfermagem, seria ideal eu tomar um antibiótico.

Chamei o médico e contei o ocorrido e ele disse que daria o antibiótico. Fui me acalmando mas continuei mais uma noite sem dormir. As 11horas do dia seguinte, o médico passou e me deu alta então eu mesma liguei para minha cidade Iguape pedindo a ambulância. Na espera da ambulância que só chegou ás 16 horas devido à distância, eu continuava nervosa e pedi para medir minha pressão que estava 150x90 e expliquei que eu não poderia ficar com a pressão alta, pois eu tomo anticonvulsivos por causa do tumor cerebral que havia operado à pouco tempo então pedi uma medicação para abaixar a pressão e a auxiliar disse que não podia dar e porque eu não havia ido embora ainda se eu já estava com alta. Fui explicar à enfermeira Jaqueline e ela disse a mesma coisa, e que eu já estava de alta desde manhã e não fui embora ainda porque eu não queria, expliquei que a minha cidade ficava longe de São Paulo e que eu teria que esperar.

Como já era 16 horas da tarde e eu sabia que a farmácia iria fechar, pedi para buscar o antibiótico que eu teria que tomar por erro de uma auxiliar e a enfermeira Jaqueline disse que eu não podia sair do quarto até que viessem me buscar então pedi que uma auxiliar fosse buscar pois sabia que este antibiótico era caro, mais uma vez muito grosseiramente a enfermeira respondeu que não podia fazer nada pois o ocorrido não foi no plantão dela e que se eu quisesse eu poderia fazer reclamação dela no terceiro andar.

A minha filha chegou junto com a ambulância da minha cidade para me buscar as 16h 40min da tarde, então na alta a enfermeira ficou conversando com as auxiliares e demorou para dar o papel para minha filha assinar e me liberar, nisso minha filha pegou a cadeira de rodas sozinha me ajeitou e fez novamente o mesmo pedido e após obter outra não saímos e fomos ao terceiro andar, chegando lá nos mandaram ir para a sala 168 no primeiro andar e depois de contarmos a nossa situação para a médica diretora clínica Beatriz ela telefonou para a farmácia e permitiu a nossa entrada para pegar o antibiótico. Pegamos o remédio e minha filha levou-me até a ambulância, muito preocupada com a minha pressão que eu disse que estava alta, então ela me deu um remédio diurético por conta própria para abaixar a pressão que ela comprou e finalmente fomos embora.

O meu trauma foi tão grande e com tantas conseqüências que não quero nunca mais operar neste hospital, rezo a deus para que eu não precise nunca mais porque não suportaria ser tratada com tanto desrespeito e sem humanização e mesmo sendo pago, pois é descontado em holerite o meu e do meu pai que é meu agregado há 28 anos.

Estou muito decepcionada e gostaria que o que ocorreu comigo não ocorresse com outros pacientes, portanto aguardo soluções.
Silvana de Fátima Forati Sarcinella




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